O que fazer para não ser chato
O chato…
- Nunca encontra nada e pergunta sempre onde está tudo, mesmo que esteja diante de seus olhos, ou logo abaixo da superfície de uma gaveta. “Onde está o cotonete? Onde está a pasta de dente? Onde estão as meias cinzas? Onde está o remédio de dor de cabeça?”
- Implica com a empregada. “Ela não sabe passar roupa, e essa mancha na camiseta é água sanitária?, ela vive quebrando copo, né?, não estamos pagando muito não?.”
- É monotemático na conversa. Só fala de futebol. Só fala de carro. Só fala de golfe. Só fala de Bolsa. Só fala dele (esse é o pior). Se acha.
- O porta-voz: ele interrompe a mulher e resolve falar por ela, exatamente no momento em que ela está explicando, de seu jeito, um projeto dela. É constrangedor.
- Sempre reclama da comida, por mais que a mulher se esmere; no meio da refeição inovadora, comenta: “ficou meio salgado esse feijão, né?”
- Fala o tempo todo do trabalho, do chefe, dos subordinados, da grana, mesmo nos fins de semana. Fulaninho isso, fulaninha aquilo. Não consegue desligar.
- Tem uma síncope com qualquer arranhãozinho no carro se você abre a porta e encosta na árvore.
- Não suporta quando a mulher tem dificuldade de encontrar o celular tocando na bolsa.
- Não consegue deixar passar uma bunda sem conferir por trás na rua, ou pelo espelho retrovisor se estiver dirigindo. “Achei que fosse uma amiga minha.”
- Tudo dele é importante mas, quando a mulher fala de seu próprio trabalho, desliga total ou minimiza. “É bobagem, larga esse trabalho, você não ganha muito mesmo.”
- Quando chega em casa, liga a televisão, “amor, aproveita que você está em pé e pega uma cerveja”, “a que horas sai a janta?”, depois volta para o sofá e apaga.
- Implica com a enteada e com o jeito da mulher de ser mãe: “Você não sabe controlar essa menina, é muito mole, tem que ter mais rigor, ah se fosse minha filha...”
- Discute no trânsito e se vinga fechando o outro, abaixa a janela do carro pra xingar.
- Diz, quando os dois já estão na porta prestes a sair: “Mas você vai assim?”, sem especificar exatamente o problema.
- Anda sempre à frente da mulher na rua, nunca ao lado – mas, se for uma amiga, torna-se o gentleman em pessoa, vira Cary Grant.
- Jamais divide tarefas domésticas, quase nem passa da sala para a cozinha, e continua achando que trocar fralda (com cocô) só a mulher tem a técnica.
- Dá importância sobrenatural a colarinho, gravata e abotoadura.
Homens, portanto, podem ser tão incrivelmente chatos quanto mulheres. Chatice não é uma questão de gênero. Assim, se é para dar certo, vamos tentar sempre não sucumbir a essas manias que a maioria dos casais desenvolve com o tempo e com a danada da intimidade: implicar um com o outro, esquecer o prazer da companhia, ignorar as pequenas delicadezas, não fazer concessões, falar e não escutar, olhar e não ver... cobrar, cobrar, cobrar...