A revitalização da cafeicultura do Estado será tema de um Dia de Campo 
programado para sexta-feira (4), a partir das 8h30 da manhã, na 
propriedade do agricultor Nivaldo Ferreira D’Laerthe, no quilômetro 1 da
 linha Figueira, zona rural de Cacoal. A atividade é de responsabilidade
 da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Desenvolvimento e 
Regularização Fundiária (Seagri).
  
  
 
   
   
  
    
    
    
   
     
     
     
     
     
    
      
      
      
 Para o secretário Evandro Padovani, da Seagri, a cafeicultura no Estado
 vive um novo momento. “A expectativa geral é de que a produção estadual
 deverá praticamente dobrar em 2014, passando das 800 mil sacas no ano 
passado para aproximadamente 1,4 milhão de sacas este ano”, afirma.
 “A atividade está sendo novamente fortalecida, através da união dos 
diferentes segmentos envolvidos com a cafeicultura”, diz o secretário. 
“As novas tecnologias do campo estão permitindo que a produtividade do 
café no Estado possa saltar das 12 sacas por hectare atuais, para mais 
de 100 sacas por hectare”, confirma.
  O secretário lembra que, em 2013, a cadeia produtiva do café gerou, 
para o Estado de Rondônia, divisas da ordem de R$ 31 milhões, referentes
 à arrecadação de ICMS do produto no ano passado. “Com o aumento na 
produtividade, essa arrecadação certamente aumentará nos próximos anos”,
 explica. “Essa é uma atividade importante para cerca de 35 mil famílias
 de produtores de café rondonienses”, resume.
  Café
   Um dos principais responsáveis pelo novo momento da cafeicultura 
rondoniense vem dos laboratórios da Embrapa (Empresa Brasileira de 
Pesquisa Agropecuária). Trata-se da nova muda clonal de café conilon, 
desenvolvida especialmente para as condições de clima e de solo de 
Rondônia. A BRS Ouro Preto – como foi batizada a nova muda – tem esse 
nome em homenagem ao município rondoniense, onde foram desenvolvidos os 
experimentos.
   “Com essa muda clonal é perfeitamente possível se produzir 80 sacas 
de café por hectare sem irrigação, e de 100 a 130 sacas por hectare com 
irrigação”, explica o técnico da Emater de Ouro Preto, Milton Messias, 
um dos maiores especialistas do estado e um veterano dos quadros da 
Embrapa em Rondônia.
   As mudas estão sendo distribuídas por 34 viveiros particulares de 
todo o Estado. A primeira colheita está acontecendo agora, cerca de um 
ano e meio após o plantio. Com a saca cotada a cerca de R$ 220 a R$ 230 
no mercado de Cacoal, o café pode ser uma excelente alternativa para o 
produtor – afirma Messias.
    “Com um hectare é possível obter uma receita líquida mensal de R$ 
1,5 mil, já deduzidas as despesas, desde que seguindo as orientações dos
 técnicos da Emater e adotando sistemas de irrigação, poda e adubação”, 
explica. Messias será palestrante no dia de campo do próximo sábado, em 
Cacoal, quando abordará o tema “Seleção de Plantas e Produção de 
Clonais”.
    Cacoal
    O município de Cacoal ainda é considerado como a “Capital do Café” 
de Rondônia. Mesmo após a queda na produção, verificada a partir do ano 
2000, Cacoal continua liderando o ranking da cafeicultura no Estado. O 
município produziu, no ano passado, 11.878 toneladas de café, 
distribuídas por 11.356 hectares de lavouras.
    Como resultado, no último ano, o município teve um acréscimo de 4,5%
 na produtividade dos cafeicultores, que colheram em média 1.046 quilos 
por hectare. Em todo o Estado, foram colhidas no ano passado 73.193 
toneladas de café, de uma área de 102.383 de lavouras – segundo dados 
recentes fornecidos pela Seagri/Emater.
    “Houve uma diminuição de 10% na área plantada e de 5,96% na 
quantidade produzida, porém ocorreu uma elevação na produtividade por 
hectare, o que significa que os produtores que permaneceram na atividade
 estão investindo em tecnologia e começando a obter bons resultados”, 
avalia o cerealista Tuta Café, de Cacoal.
     Presidente da Câmara Setorial do Café do Estado de Rondônia, Tuta 
acredita na recuperação da atividade. “Rondônia produz um café conilon 
de alta qualidade e fornece o produto tanto para as grandes indústrias 
nacionais, no Paraná, São Paulo e Minas, como também exporta para nações
 ao redor do planeta, como a China, Japão, Itália, Estados Unidos e 
tantos outros destinos”, diz.
     Rondônia é o principal estado produtor da região norte e o segundo 
maior produtor nacional de café conilon. É também é um dos seis 
principais estados produtores do país, com uma produtividade média de 
715 quilos por hectare – praticamente a metade da média dos cinco 
maiores produtores nacionais.
     Rondônia chegou a produzir cerca de 3,5 milhões de sacas na década 
de noventa e teve uma grande redução no plantio nos últimos anos – 
chegando à atual produção anual, em torno de 800 mil sacas. Mas essa 
realidade deverá se transformar radicalmente já a partir de 2014 – a 
colheita no Estado acontece nos meses de abril, maio e junho.
     “A expectativa já para 2014 é de atingirmos uma produção de 1,4 
milhão de sacas”, diz Tuta, sem esconder o otimismo. “Temos muito espaço
 para crescer em produtividade, principalmente com apoio das novas 
tecnologias, e isso já está ocorrendo”.



